sábado, 8 de maio de 2010

RODRIGO JOSÉ FERREIRA BRETAS

Você já ouviu falar em Rodrigo José Ferreira Bretas? Não?! Então nunca ouviu falar de uma das maiores personalidades mineiras do século XIX, o imortal biógrafo do Aleijadinho. Rodrigo J. F. Bretas nasceu em Cachoeira do Campo em 1815. Entre 1820 e 1839 alfabetiza-se e forma-se em humanidades nos Colégios do Caraça e Congonhas do Campo. Entre 1839 e 1844 leciona latim, filosofia e retórica em Barra Longa, Barbacena e Ouro Preto, além de ter sido nomeado Promotor Interino da Comarca. Em 1845 casa-se com Maria Cândida de Souza Maciel. Entre 1846 e 1849 funda e dirige um colégio em Bonfim do Paraopeba. Em 1850 é nomeado Oficial Maior da Secretaria do Governo da Província. Em 1852 é eleito deputado provincial, o primeiro de quatro mandatos. Em 1854 publica um livro sobre as origens das idéias do espírito humano. Em 1855 é agraciado com a nomeação de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Em 1859 instala a Biblioteca Pública de Ouro Preto. Em 1861 é nomeado Inspetor da Instrução Pública em Ouro Preto e em 1862 assume da direção do Colégio de Congonhas. Além de professor e político Rodrigo Bretas foi um iminente inventor, criando e aperfeiçoando um novo e prático tear mecânico. Faleceu em 27 de agosto de 1866.

Em 1858 Bretas concluiu sua obra mais famosa: a primeira biografia do Aleijadinho, o que lhe valeu a eleição de sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nesta biografia Bretas resgata para a posteridade a vida e as obras do famoso Mestre do Barroco Mineiro. Valeu-se de documentos e de entrevistas realizadas com idosos que haviam conhecido o Aleijadinho em vida, entre eles Joana, a nora do escultor. Por tudo isso Rodrigo Bretas é justamente reconhecido com um dos maiores vultos mineiros do século XIX e, sem dúvida, um dos mais importantes filhos de Cachoeira.

Alex Bohrer
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Amarantina

Cresceu a cidadezinha aos pés da velha capela que mais tarde os féis transformariam em uma grande igreja, com duas torres imponentes. Insiste a lenda em dizer que a atual igreja, que no século XIX substituiu a antiga capelinha, é réplica em menor tamanho da Igreja de São Gonçalo do Amarante, em Portugal. Vinte anos atrás sua capela-mor foi, infelizmente, destruída. A imagem original do santo também se perdeu. Conserva hoje em seu interior, de interesse artístico, dois altares em estilo D João V, simplificados, e um curioso chafariz em cantaria.

Pouco distante da igreja encontram-se as ruínas de uma imensa casa construída de pedra. Atribui a tradição popular que o casarão foi construído pelos primeiros bandeirantes que lá chegaram nos idos do século XVII. Parece realmente, pela análise estrutural, que se trata de construção muito antiga. Porém não foram encontrados documentos acerca da verdadeira origem da ‘Casa Bandeirista’ e, nem tampouco, da própria Amarantina. Acredita-se que o povoado tenha surgido em meados do XVIII quando a produção agrícola de Cachoeira entrou em seu apogeu, reservando para os agricultores da baixada o plantio de alguns produtos especiais cujo terreno encharcado era propício - como o alho, por exemplo. Esta baixada, porque estava constantemente inundada pelas águas do Rio Maracujá, recebeu o nome de Tijuco. Posteriormente São Gonçalo do Tijuco, em homenagem ao santo vindo de Portugal. Coexistiu daí em diante com a denominação de São Gonçalo do Amarante, em lembrança da cidade de origem da imagem. No século XX, arbitrariamente, mudaram-lhe o nome para Amarantina.

Alex Bohrer
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